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sábado, 8 de junho de 2013

Efeitos e Defeitos de uma Maioria


Nessa faculdade de jornalismo tenho aprendido muitas coisas e uma delas é sobre a 'Espiral do silêncio'. Essa teoria relaciona-se com aquela velha história de ninguém querer ser isolado por não concordar com a opinião da maioria ou, em outras palavras, da maria-vai-com-as-outras. Esse estudo me faz desencadear uma série de pensamentos que eu vou tentar desenvolver sucintamente neste texto e que me remetem muito à postura dos brasileiros nas rede sociais, que é de onde eu inicio a minha "análise".

As redes sociais viraram fóruns para qualquer debate, onde a "cor da calça do Bob Esponja" vira motivo para se discutir problemas de saúde, educação e segurança pública, onde todos tem o que dizer e a quem culpar. Os que se julgam menos, não ou até inalienáveis são igualmente chatos aos evangélicos conservadores dentro das redes sociais. Quem não tem opinião formada e começa a ver tantas pessoas falando de "alienação" e acaba sendo convencida e alienada por esse tipo de ideologia. É importante esclarecer que essa, filosoficamente falando, alienação é deixa de agir por si só, influenciada por pensamentos alheios e etc.
Historicamente, temos uma cultura de esperar que as soluções venham de fora, de agir como uma maioria age, mas o problema é que as vezes que agimos são infinitamente menores com relação às vezes que só reclamamos de um país corrupto e povoado por estúpidos. E se ninguém diz nada, nada é feito. Mas dizem, sim, nas redes sociais compartilham, comentam com tanta propriedade que eu até me engano pensando que está nascendo uma nova geração 'cara-pintada', mas todos são ativistas só até a página dois e é aí que entra a famosa hipocrisia - ou "hipocresia" para alguns - que é falar uma coisa e fazer outra.
Não me importa se isso também acontece fora daqui, estou falando do nosso Brasil que é feito por pessoas. Pessoas que fingem ter crenças, virtudes, ideias, devoções, comportamentos e sentimentos em troca de apreço popular, status. Ou seja, é assassino reclamando de homicídio, analfabeto reclamando da falta de leitura, alunos desinteressados reclamando de professor que falta. É o famoso "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço". O que dizer da guerra entre o povo e a TV ? Zorra Total e Big Brother são os maiores exemplos: criticados à exaustão mas que são líderes absolutos de audiência em seus horários. Não é preciso nem dizer que está mentindo nessa história, não é?
Não sabemos lidar com o politicamente correto nem com o incorreto. Em determinadas situações, por mais sérias que sejam, as piadas são feitas aos montes. Rafinha Bastos fez uma piada infeliz sobre estupro e foi um caos, uma avalanche de críticas cruéis. Tempos depois, um caso de estupro no BBB e o que as pessoas fizeram? Piadas. O politicamente correto foi esquecido, o que leva ao pensamento que aqui no Brasil parece que ele é de lua, ou vem por estação…. não dá para definir.
Para encerrar, porque já viajei longe, é o tal do fanatismo que cega as pessoas e as tornam irracionais, inflexíveis, persistentes e teimosas, levando à paranoias e gerando preconceitos e agressividade com quem discorda de seus valores. Toda unanimidade é burra, já dizia Nelson Rodrigues que, aparentemente, não se deixou levar pelo que a maioria dita. Pena que essa maioria que se julga inalienável é consequência e eternizada por pessoas alienadas por palavras bem colocadas e, geralmente, fora do contexto adequado. Jovens que crescem com discussões - e apenas discussões - sobre coisas que de nada tem a ver com política, mas que terminam sempre em uma discussão sobre as mazelas e corrupção brasileira, acabam por se juntar à essa maioria que está certíssima em debater, mas errada em limitar-se penas ao facebook. Se não entendeu, não tem problema, pois "eu não estou aqui para explicar, eu estou aqui para confundir (Chacrinha).