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domingo, 10 de março de 2013

Me faltam adjetivos para Marcos Feliciano

Certas coisas no Brasil seriam cômicas se não fossem trágicas. A indicação do pastor e deputado Marcos Feliciano para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal é um excelente exemplo. Mesmo sem achar que ele mereça, esse cara conseguiu se eleger legitimamente. Mesmo achando ele um nojento, ele representa muitos de nossos verdadeiros valores e uma boa parcela, senão a maioria, dos cristãos.
Estando líder nesses cargos, esse rapaz será responsável por avaliar violações dos Direitos Humanos, fiscalizar propagandas governamentais, colaborar com ONGs e tudo mais que esteja relacionado à defesa dos Direitos Humanos. Antes da eleição do novo presidente da Comissão, houve protestos contra a candidatura de Marcos Feliciano, que, apesar de tudo, ainda acabou sendo eleito para o cargo. Mas aqui no Brasil tudo é assim: João Paulo Cunha, José Genuíno, condenados pelo mensalão, integram a Comissão de Constituição ao lado de Paulo Maluf. O maior produtor de soja transgênica do país, Blairo Maggi, é o presidente da Comissão de Meio Ambiente. Gabriel Chalita, acusado de desvio de verba, ficou com a presidência da Comissão de Educação da Câmara. E até mesmo João Magalhães, um dos "anões do Orçamento", ocupa a Comissão de Finanças e Tributação. 
Agora, como um cara que disse o que disse, pode assumir um cargo que não tem absolutamente nada a ver com o que ele acredita e prega por aí? Se não sabe o que ele andou falando e fazendo clique nos links abaixo e veja!
Esse não deveria ser um cargo para quem acreditasse e buscasse mediar o consenso entre os pensamentos de diversas representações? Mais mal caráteres, cegos e nojentos são eles que sabiam de tudo e ainda sim votaram nesse insano. Mas esse tipinho do Feliciano não é difícil encontrar não, muito pelo contrário! Todo mundo conhece um religioso, quase sempre evangélicos, que são baixos do mesmo nível. Não são todos, é claro! Conheço evangélicos muito legais e amo os que são meus amigos, mas inclusive eles reconhecem que tem gente que passa dos limites na intolerância, então, não venham dar seus habituais chiliques nos comentários da minha postagem.
O pastor homofóbico e racista reflete uma grande parcela da população, que, diga-se de passagem, foi quem votou para esse homem, que se diz pastor, em um cargo tão importante e que entrou na política por ser mais um ganancioso, louco por dinheiro fácil. E se ele já nadava em dinheiro sujo quando era só pastor, imagine agora que é político. Quando digo que ele reflete a população, eu me refiro ao fato de sermos e estarmos em uma sociedade que é cheia de preconceito e dividida por interesses pessoais. Essa história de unir igreja com política nunca vai dar certo, para mim. Eu nunca vou engolir o MP ficar de braços cruzados olhando as coisas acontecerem. Eu quero um Estado laico. Eu quero que essa adoração absurda por pastores insanos e bandidos acabe, mas se não acabar, que pelo menos eles fiquem longe da política! Já basta as ratazanas que estão lá, se chegar mais, eu vou ter pena, muita pena desse país.  Se continuar desse jeito, daqui uns dias até a Lívia Marine é eleita a presidenta da Comissão de Relações Exteriores. Sem mais. 
Bibliografia: Recanto das Letras, Ulisses Sales