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sexta-feira, 24 de maio de 2013

Intolerância ideológica nas redes sociais


Redes sociais, do latim que eu não sei a tradução, são lugares que, curiosamente, promovem interações sociais por pessoas que partilham, ou não, as mesmas opiniões, objetivos, gostos, preferências, crenças, além de milhões de motivos. A rede social do momento, não sei se vocês conhecem, se chama "Facebook" e lá há espaço para todos os tipos de raças, gêneros, idades e credos. Todos estamos livres para comentar, curtir compartilhar e debater sobre os mais diversos assuntos, no entanto, religião não é um dos assuntos mais fáceis de se conversar por lá.
Tudo bem, o facebook não é circo, mas é cheio de palhaçada. Não é paparazzo, mas é cheio de meninas fazendo 'as sexy'. Não é jornal, mas tem notícia. Assim como não é igreja, mas tem religião. Isso se dá pelas diferenças de pontos de vista, diferença de interesses. Sabe aquele clichê "política, futebol e religião não se discutem"? É algo que escutamos desde sempre, mas isso não tira sua razão em hipótese alguma. Essa frase só preza por um outro clichê: "Respeito é bom e todo mundo gosta".
Eu não estou me posicionando contra ou a favor do aborto, do casamento gay ou da eutanásia. Não estou opinando sobre os valores cristãos, mas, sim, contra a prepotência e extremismo das pessoas que "matam e morrem" por religião dentro das redes sociais. A coisa mais normal do mundo é aparecer na minha timeline que fulano de tal compartilhou ou curtiu uma coisa que eu não concordo e não é porque eu não concordo que  eu tenho o direito de ir lá convencê-lo de que a minha verdade é a absoluta.
O mundo está de pernas para o ar? Está. Mas não é entrando em brigas virtuais com gays, ateus ou qualquer outra pessoa que não compartilhe coisas do tipo "se você acredita em Jesus, compartilhe", que as coisas vão melhorar. E calados as coisas também não vão para frente, mas toda essa agressividade só prejudica. Sabe quantas das pessoas me pediram "cuidado" ao escrever esse texto? Todas. Vocês acham isso legal? Não, isso não é legal.
Mutas pessoas, inclusive eu, já se pegaram distanciando-se de Deus para não se sentirem iguais aos religiosos agressivos das redes nem de longe. Quem segue a palavra de Deus deve ser referência, um espelho para que quem não tem toda essa fé, possa pensar "Poxa, fulano é tão legal, a vida dele é abençoada. Também quero isso para mim". Você acha que é isso o que acontece?As pessoas se esperneiam por causa de nome de novela, de personagem de novela, condenam pessoas de forma absurda através de noticias inventadas no facebook, por causa de compartilhamentos bestas. Isso só espanta quem já tinha dificuldades em se relacionar com a igreja.
É irritante ler comentários onde se tenta defender um ideal, mas que fere a liberdade religiosa do outro. Agora porque Maria é espirita, Ogum, Candomblé ou até mesmo católica ela vai para o inferno? Falam em nome de Deus, julgam em nome de Deus, brigam em nome de Deus, se ofendem em nome de Deus. Já pensou se essa movimentação toda fosse contra nós, cristãos? Se qualquer outra religião fosse a maioria e nos condenassem por termos nosso credo? Pimenta nos olhos dos outros é refresco.
Vou sugerir uma coisa. Não parem de evangelizar de maneira nenhuma, mas cuidado com a forma que vocês expressam sua fé. Redes sociais não são campos de guerra, postem fotos, compartilhem o que acharem que deve, curtam o que gostarem, comentem coisas boas. Não se ganha nada no grito, ainda mais nesse tipo de assunto, onde não tem se nada a ganhar. A fé é algo pessoal, não faz sentido eu guerrear com outras pessoas porque elas fazem algo que a bíblia condena. Deus veio, é e sempre será de todos. Não há cabimento para tantas brigas, maldições, discussões, guerras ideológicas. Portanto, que Deus, que eu não sei se o Meu é o mesmo do de vocês, vos abençoe. Amém.