Sexta-feira passada, 10, um estudante chegava da escola ao apartamento que mora, por volta das 12h30, quando escutou o choro de um filhote de cachorro vindo do térreo. No primeiro momento, o jovem pensou que era algum acidente. Como os latidos não pararam, ele foi olhar e deu de cara com uma mulher e seu filho, agredindo um filhote da raça poodle. O vídeo foi postado no youtube. Clique aqui para ter acesso ao vídeo.
"Quando vi que ela estava agredindo, fiquei em choque. Não sabia o que fazer. Aí pensei que se eu não tivesse prova, não tinha como falar para alguém. Aí comecei a filmar. Foi bem difícil ficar filmando e não expressar nada", contou o jovem.
As agressões aconteceram em um condomínio, em Porto Alegre, e o jovem só pensou em registrar as imagens porque precisava de provas para denunciar os maus-tratos. A mãe do garoto estava o ensinando a maltratar animais. Em determinada parte do vídeo ela fala:
"Todos os cachorros, todos os bichos que tu vês na rua a gente não trata bem. A gente vai e bate. Escutou?"
Ela chutava, arremessava, gritava, jogava na parede, xingava e ensinava o filho a fazer como ela. A mulher dizia que até o final de semana iria matar o cachorro. Na última agressão, perto das 16h, o cão ficou desacordado. Foi quando o subsíndico o resgatou o animal e se comprometeu a cuidá-lo. Um herói. Além do mais, essa é uma atitude que deveria por em pauta a capacidade que essa bruxa tem de criar o filho com dignidade, que ela já mostrou não ter. Caso o contrário, essa mãe está formando um futuro bandido, para valer tanto quando ela: nada.
Muitas pessoas comentaram nessa notícia, alegando que as pessoas supervalorizam maus-tratos aos animais, se comovem mais do que com casos relacionados à pessoas. Há quem diga que o mundo vai mal, porque as pessoas se preocupam mais com bichos do que com nós mesmos, humanos. Há quem alegue, também, que todos os dias pessoas são agredidas e humilhadas, mas não há nenhuma manifestação expressiva. Isso é verdade? Não. Isso não é verdade.
O mundo vai mal, justamente por conta dessa forma de pensar, de se julgar superior, digno de mais atenção. Uma criança se machuca, vai para o hospital. Uma mulher é maltratada, vai para a delegacia. Um mendigo apanha, tem polícia, hospital, ONGs. E um animal? Quem se dá o trabalho de levar um animal de rua para um veterinário ou um abrigo? Quem se dá o trabalho de ajudar um gato de rua doente? Poucas, muito poucas, quase ninguém. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.
Nesse caso, como em tantos outros, um filhote estava sendo espancado. Ela não estava espancando um pitbull, mas, sim, um filhote de poodle. Um cachorro daquele tamanho não tem habilidade e muito menos força para se defender. Aliás, quando pegarem essa doente, deveriam colocá-la em uma sala com um pitbull e deixa-la lá, para agredir mais um indefeso animal. Ver um animal apanhando é tão horrível quanto qualquer outro caso de agressão com humanos, entretanto, os humanos possuem uma voz, pela qual eles podem procurar ajuda de todas as maneiras possíveis. Um animal só tem a voz dos que lutam e sentem por eles.
