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sábado, 23 de março de 2013

Os índios já não são mais como antes


Durante esses últimos dias, uma notícia que chamou atenção foi a dos índios da "Aldeia Maracanã", que recebeu esse nome por localizar-se dentro de museu abandonado próximo ao estádio de futebol carioca. Esse é um daqueles assuntos que dividem opiniões e a minha vai bater de frente com muita gente. Depois de muitas manifestações, eles foram retirados do local e irão passar um ano morando em um alojamento cedido pelo governo. Coitados dos pobres índios! Homens brancos maus! Será que é isso mesmo? Será que não são índios não são da tribo cara-de-pau? Tire suas próprias conclusões.
Na sexta-feira (22), houve confronto entre a Polícia Militar e alguns dos indígenas, além de militantes, por causa da desocupação do museu do índio que, diga-se de passagem, estava caindo aos pedaços. Mas tudo foi resolvido quando as autoridades ofereceram aos indígenas as opções de ter o benefício de 500 reais do aluguel social ou obter auxílio para retornar a suas aldeias de origem. Então, eles vão para um hotel neste domingo e, só depois, vão se mudar para um terreno próximo, onde o governo do estado construirá o Centro de Referencia Indígena.
O governo do estado do Rio, dono da área, quer usar o terreno para criar um novo estacionamento para estádio que receberá a final da Copa de 2014 - o que não concordo -, mas os índios de tênis Nike consideram aquele lugar uma aldeia. O problema central é que, depois da saída do museu, um grupo de índios vive há seis anos entre os prédios mal conservados na vizinhança do Maracanã. E recusam-se a sair. Engraçado que depois que a Justiça mandou tirar os índios das "ruínas", os ocupantes indígenas do local saltaram de uma dezena para uma centena, criando na zona norte o que seria a segunda maior concentração indígena no estado. Um milagre!
Eu queria muito ter hoje a imagem que eu tinha dos indígenas a três anos atrás. Hoje em dia, os índios andam bem espertinhos, as vezes mais espertos que o homem branco. Eles já estão bem urbanizados, com aparelhos eletrônicos nas aldeias e sonhando até com faculdade. Já não lutam como antes para manter as raízes. Eles já recebem Bolsa Família e ainda reclamam da quantidade de comida que possuem/conseguem, por isso o Governo dá cesta básica. A grande maioria diz ser indispensável a luz elétrica, água encanada, rede de esgoto e casa de alvenaria. 
índios2Quem trabalha com índios, nessas ONGs Brasil a fora, já foi ameaçado de morte por quererem mostrar a realidade farta que muitos indígenas escondem como casas, carros e contratos com o desmatamento ilegal. É muito fácil ser esperto por trás e na hora do problema ir comprar uma caixa de tinta guache pra pintar a cara, usar um graveto no meio do nariz e balançar um chocalho pra dizer que "índio é bom e homem branco só quer confusão". O governo não é santo, mas de coitados os índios não tem nada.
Sobre o caso da tribo Maracanã, eu fico do lado do governo, dessa vez. O prédio está abandonado desde 1978, já está caindo aos pedaços, cheio de rachaduras, por isso é bom que eles saiam antes que desmorone na cabeça de alguém, porque se desmoronasse o Estado seria ainda seria o "vilão" por não ter tirados eles de lá antes. Conheço o brasileiro. Segundo imprensa, o Governo ofereceu três abrigos temporários e algumas bonificações para que eles saíssem de lá. 
Para que eu ficasse ao lado dos índios, eles teriam que estar morando em um lugar conservado e estarem preservando literalmente a cultura deles, mas nem tribo reconhecida pela Funai eles eram. Era tudo junto e misturado, todos de tênis, bermudas, celulares e no meio da cidade. Mas, como já disse, também não sou a favor de demolirem o antigo museu pra construírem estacionamentos, poderiam reformar ou construir algo culturalmente mais útil, assim como não concordo com índios no meio da cidade, ocupando construções públicas, como se fossem mendigos, sendo que tem muitas terras Brasil a fora que seriam mais adequados para eles. Mas, enfim, eles vão acabar indo parar em Centro de Referência Indígena. 
Juro que não queria generalizar na questão dos índios, porque sem que tem índio bom no meio dos espertos, mas os justos pagam pelos pecadores. De todo modo, os indígenas possuem muitas terras e, com as que dispõem, poderiam estar é produzindo comida para os seus e para muitos outros brasileiros. Em vez disso, estão na fila do Bolsa Família e da cesta básica.